sexta-feira, 4 de dezembro de 2015

Fábrica chinesa de clones promete vacas, cavalos e até bebês


Xu Xiaochun, director de um ambicioso laboratório de clonagem chinês, não apenas prometeu milhares de vacas, cavalos e cães, mas também garante dispor da tecnologia necessária para duplicar seres humanos.

O grupo Boyalife e os seus parceiros estão a construir as suas gigantescas instalações na cidade de Tianjin (norte), que abrirão dentro de sete meses e onde esperam criar um milhão de vacas antes de 2020.

Mas os bovinos são apenas uma primeira etapa no ambicioso projecto de Xu Xiaochun, de 44 anos, director-geral da empresa, que também quer clonar cavalos puro-sangue e cães polícias.

A Boyalife, em colaboração com a empresa sul-coreana Sooam e a academia chinesa de ciências, já está a trabalhar na clonagem dos primatas que são usados na pesquisa científica. E no que diz respeito aos seres humanos, Xu garante que está tudo pronto.

«A tecnologia já existe (...) Se for autorizada, não acredito que haverá uma empresa melhor do que a Boyalife», garante Xu, afirmando que actualmente não está a realizar nenhuma clonagem.

Os valores mudam, diz em referência aos debates éticos e morais sobre a clonagem, e lembra como mudou por exemplo a percepção social da homossexualidade.

«Infelizmente hoje a única maneira de ter um filho é que seja uma mistura do seu pai e da sua mãe. Mas quem sabe no futuro haverá três possibilidades (...). Ou bem será 50 e 50, ou bem 100% do ADN do pai ou 100% do ADN da mãe», afirma.

A empresa considera que a sua actividade garante a biodiversidade e tem previsto criar em Tianjin um banco de genes que armazenará até cinco milhões de amostras de células congeladas, uma espécie de inventário das espécies ameaçadas à espera que possam ser regeneradas.

Sooam, o parceiro sul-coreano da Boyalife, já está a trabalhar no projeto de ressurreição de um mamute através de células com milhares de anos descobertas sob o gelo na Sibéria. Esta empresa também oferece aos seus clientes um serviço para clonar cães falecidos por um preço próximo a 100.000 dólares.

O fundador da Sooam, o sul-coreano Hwang Woo-Suk, anunciou em 2004 ter criado células de um embrião humano, algo que acabou por se revelar falso. No entanto, continua a ser reconhecido por ter criado, em 2005, o primeiro cão clonado, Snuppy.

Este ano, Hwang anunciou a sua intenção de trabalhar com empresas chinesas «porque as leis da Coreia do Sul sobre bioética proíbem o uso de óvulos humanos», explicou ao jornal sul-coreano Dong-A Ilbo, e não descartou usá-los no futuro.

Por enquanto, a sua parceira chinesa Xu Xiaochun aspira apenas em tornar-se um líder mundial na criação de carne bovina - «supervacas» clonadas com o mesmo ADN e cuja carne, promete, será tão saborosa quanto a famosa carne japonesa de Kobe.

Estes animais, garante, permitirão aos exploradores «matar menos e produzir mais» para atender ao crescimento da classe média na China.

«Num supermercado tudo é bom (...) todos têm a mesma forma, e até agora não conseguimos fazer o mesmo com os animais. Mas na nossa fábrica de clonagem, decidimos que iremos fazê-lo», afirma Xu.

Entretanto, não há consenso sobre se carne de animais clonados pode ter consequências negativas para a saúde. A Agência dos EUA para a Segurança dos Alimentos (Food and Drug Administration) garante que a carne é segura, mas o Parlamento Europeu quer proibi-la.






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